quinta-feira, 31 de agosto de 2017

"Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." - O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry


Quando eu tinha seis anos, vi uma ilustração fantástica em um livro sobre a florestas virgens. O livro se intitulava Histórias Vividas. A gravura mostrava uma jibóia engolindo um animal. - Antoine de Saint-Exupéry

Com uma das frases mais grifadas pelos leitores em ebooks no país, o livro de Antoine de Saint-Exupéry pode ser considerado um apanhado de suas experiências biográficas - um reflexo de sua trajetória. São apresentados através de simbologias fatos de sua vida: da queda de seu avião no deserto e seus sentimentos por sua mulher, Consuelo de Saint-Exupéry.

Preso a uma mitologia definida e limitada (o meteoro, o planeta, a amizade: a intemporalidade) a obra se desenvolve em um enredo heideggeriano - palavra relativa ao filósofo alemão Martin Heidegger (que a considerava a maior obra existencialista do século XX).

Um livro digno que passa por gerações mas que ofusca o talento de Antoine em outras obras. Em Piloto de Guerra (1942) o autor apresenta um texto que dá uma resposta a altura em profundidade e filosofia a Mein Kampf (1925) de Hittler, condensando meses de voo em uma única e aterrorizante missão de reconhecimento fotográfico como piloto na Segunda Guerra Mundial, em 1940. Pouco se comenta que há uma profunda relação entre este livro e O Pequeno Príncipe, bem como os demais da obra de Saint-Exupéry - enquanto um era publicado, o outro era escrito (O Pequeno Príncipe é publicado em 1943).

Saindo de seu exílio voluntário nos Estados Unidos, Antoine volta para a guerra, mesmo com um braço esquerdo prejudicado - o sentimento patriótico fala mais alto. Desaparece no dia 31 de julho depois de ter seu avião abatido por alemães enquanto fazia uma missão de reconhecimento em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

O brilho de O Pequeno Príncipe incidiu não só sobre as crianças, mas sobre todos os seus leitores. Ele tocou em todos em algum lugar que não é a mente e brilhará sobre o céu estrelado (ou no caso, um asteroide).