domingo, 18 de setembro de 2016

Especial Círculo das Ideias (Conto por Conto): O mundo sombrio de Robert E. Howard #8: "A Coisa no Telhado"

DEIXE-ME COMEÇAR dizendo que fui surpreendido quando Tussmann me ligou. Nós nunca tínhamos sido bons amigos; os instintos mercenários do homem me repeliam; e desde nossa amarga controvérsia três anos antes, quando ele tentou desacreditar meu "Evidências da Cultura Nahua em Yucatan", que foi resultado de anos de cuidadosa pesquisa, nossa relação era qualquer coisa, menos cordial. Entretanto eu o recebi e achei suas maneiras apressadas e abruptas, mas bastante abstraídas, como se seu desgosto por mim tivesse sido colocado de lado por alguma paixão compulsiva que o dominava. - Robert E. Howard

Traduzido por Pedro Henrique Toledo, o conto é uma volta ao primeiro do livro (A Pedra Negra que já resenhei). Mergulhado novamente nos livros de mal inominável de Von Junzt e do poeta Justin Geoffrey, ganhamos mais personagens envolvendo os dois como segunda camada do texto. Um editor londrino Bridewall que pirateou o trabalho de Von Junzt e a editora Golden Goblin Press de Nova York.

O grosso da narrativa se passa entre dois pesquisadores de folclore que lendo os livros desgraçados pensam em terem descoberto um tesouro antigo ignorado pelos espanhóis quando colonizaram a América Central.

Com múmias, pedras com escritas de mesmo monólito da Hungria do conto A Pedra Negra, eles se deparam com um monstro que veio buscar o que foi roubado: a chave que abria a câmara do tesouro.

Ilustrado por Leandro Moura, o conto também foi adaptado na década de 70 pela Marvel em quadrinhos por Roy Thomas e Frank Brunner na edição do mês de março de Chamber of Chills #3.

Para assistir aos episódios anteriores é só clicar aqui.

O AUTOR
Robert E. Howard nasceu em 1906, em Cross Plains, Texas, Estados Unidos. Criador de personagens variados como Conan, o bárbaro, Bran Mak Morn e Solomon Kane, fundou o que hoje é chamado de gênero literário ''Espada e Magia''. Influenciado pelo conceito de G.K Chesterton de ''história condensada'' que ''o valor principal da legenda para misturar os séculos, preservando o sentimento" ele cria a Era Hiboriana que une as eras históricas e culturais de maneira ampla: Europa medieval (Aquilônae Poitain), à fronteira americana (a imensidão picta e suas fronteiras), e dos cossacos (Kozaki) aos piratas elisabetanos (Free Broterhood). Autor de narrativas cheias de ação, magia e selvageria, se notabilizou no início do século XX como um dos expoentes da literatura nas Revistas Pulp. Se suicidou em 1936 após saber que sua mãe caiu em um coma terminal, deixando um grande legado literário.